'Os policiais fuzilaram o pai', conta filho à mulher de agricultor morto no RS

  • 03/07/2025
(Foto: Reprodução)
Homem estaria cortando lenha em um galpão no interior da cidade quando houve a abordagem policial. Brigada Militar alega que homem estaria armado com machado e que "houve a necessidade do uso da arma de fogo para conter a ação e preservar a vida dos policiais". Agricultor é morto durante abordagem da BM após denúncia de crime ambiental no RS A mulher do agricultor de 53 anos morto a tiros durante abordagem da Brigada Militar (BM) no interior de Santa Maria, Região Central do Rio Grande do Sul, chegou em casa horas depois do incidente. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Cléria Both, de 49 anos, trabalha como massoterapeuta e estava em outro bairro. No entanto, ao receber um áudio de uma amiga perguntando o que estava acontecendo, não entendeu e teria ido para casa: "Quando cheguei [em casa], meu filho abriu a porta e disse: 'os policias fuzilaram o pai'. Estou até agora sem entender, estou sem chão", relata a mulher. O homem foi identificado como Valdemar Both. Segundo a BM, ele estaria com um machado e teria reagido à abordagem, que aconteceu no distrito de Palma, na terça-feira (1º). Teria sido por causa disso que os policiais militares (PM) atiraram contra ele, alega a corporação. Both cortava lenha no local, um galpão onde ele morava, estaria vendendo o produto sem autorização – motivo da suspeita de crime ambiental. A BM instaurou um procedimento para apurar o caso e os dois policiais envolvidos na ocorrência foram afastados preventivamente. A Polícia Civil abriu inquérito e trata o caso como legítima defesa. "Valdemar, meu pai, um grande homem, o qual tenho muito orgulho. Batalhador, honesto e trabalhador, sempre brincalhão. Querido por todos, e a prova disso é o próprio pessoal do Vale, que estão inconformados com o ocorrido", relata o filho de Valdemar, Gabriel Both, de 21 anos. O agricultor Valdemar Both junto do filho e da esposa Arquivo pessoal O sepultamento está marcado para esta quinta-feira (3), no Cemitério Municipal de Vista Gaúcha. "Era uma pessoa extremamente boa. Ele ajudava todos aqui da comunidade", comenta a vizinha Cleusa Pereira. Gabriel lembra da ação do pai em maio de 2024, quando o Rio Grande do Sul foi afetado pela pior catástrofe climática já registrada no estado: "Sempre disposto a ajudar os outros. No período das enchentes, não mediu esforços", comenta o filho. Investigação Agricultor é mortos a tiros pela polícia em Santa Maria após denúncia de crime ambiental A morte teria acontecido após uma ocorrência de suposto crime ambiental. A abordagem policial foi registrada em vídeo (veja acima). É possível ver o galpão onde a lenha era cortada, a viatura da BM, e ouvir Both questionando de ser impedido de trabalhar pelos policiais. De acordo com o delegado Adriano de Rossi, que investiga o caso, quando a Patrulha Militar chegou ao local, teria se deparado com o uso de motosserra e o corte de madeira. Por esse motivo, a equipe teria elaborado termos circunstanciados em relação ao homem. "Na parte que já ia ter a assinatura, que é a parte final, a formalização do termo circunstanciado, ele teria pego o machado e teria se avançado contra a guarnição", diz Rossi. No vídeo, Both grita com os policiais. Uma policial mulher aparece correndo. É possível ouvir um primeiro tiro de arma de fogo e outros dois tiros logo em seguida. Both cai no chão e um dos policiais sai do galpão segurando uma arma de fogo. Em seguida, outro PM aparece. "A gente poderia verificar [durante a investigação] uma questão de excesso de legítima defesa que também poderia gerar algum tipo de indiciamento [dos policiais]. Mas, como digo, nesse momento, analisando as imagens, analisando o histórico da ocorrência, eu entendo que sim, eles agiram em legítima defesa", afirma o delegado. De acordo com o advogado da família, Both comprava eucalipto para fazer lenha e revender, o que é permitido, alega. Afirma também que equipamentos, como as motosserras, eram legalizadas. Agricultor foi morto a tiros durante abordagem da BM em Santa Maria Divulgação A BM se manifestou em duas notas. Informa que estava em patrulhamento na área rural quando se deparou com um estabelecimento que processa e comercializa lenha. "A equipe composta por dois policiais militares, ao chegar no local, manteve contato com o proprietário do empreendimento e ao longo da fiscalização, foi detectada uma serra circular e motosserras, bem como grande quantidade de madeira e lenha", aponta, em uma das notas. A BM também alega que "uma guarnição do 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar foi surpreendida com golpes de machado pelo indivíduo suspeito da infração, ao não aceitar a ocorrência imposta”, e que "diante do risco iminente à integridade física da equipe, houve a necessidade do uso da arma de fogo para conter a ação e preservar a vida dos policiais militares" (leia, abaixo, a nota na íntegra). O delegado Rossi afirma que, com a instauração do inquérito policial, serão ouvidos os policiais militares envolvidos, analisadas as imagens que circularam pela cidade e verificado se há outras testemunhas. Além disso, a investigação aguarda o resultado da necropsia de Valdemar. O que diz a Brigada Militar Primeira manifestação da BM Durante o atendimento a uma ocorrência de crime ambiental, uma guarnição do 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar foi surpreendida com golpes de machado pelo indivíduo suspeito da infração, ao não aceitar a ocorrência imposta. Diante do risco iminente à integridade física da equipe, houve a necessidade do uso da arma de fogo para conter a ação e preservar a vida dos policiais militares, o que infelizmente resultou no óbito do indivíduo. Os devidos procedimentos foram instaurados para apuração dos fatos. A Brigada Militar reafirma seu compromisso com a proteção da sociedade, o respeito aos direitos e garantias fundamentais e cumprimento da legislação vigente. Segunda nota da BM Em atenção a diversos questionamentos sobre a ocorrência de óbito decorrente de oposição a intervenção policial ocorrida no dia 01 de julho, o Comando Ambiental da Brigada Militar torna público, de forma preliminar, os seguintes esclarecimentos: Na data dos fatos, uma equipe do 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar, com sede em Santa Maria, estava em patrulhamento na área rural do municipio quando se deparou com um estabelecimento que processa e comercializa produtos de origem florestal, notadamente lenha A equipe composta por dois policiais militares, ao chegar no local, manteve contato com o proprietário do empreendimento e ao longo da fiscalização, foi detectada uma serra circular e motosserras, bem como grande quantidade de madeira e lenha. Foi verificado que o mesmo não possuía a devida licença ambiental de operação. Licença essa que é obrigatória, segundo as normas ambientais. Também foi constatado que as motosserras não tinham a devida licença de porte e uso. Fatos estes que tipificam crimes ambientais previstos em lei. O procedimento nestes casos é a lavratura de Termo Circunstanciado e a apreensão das motosserras até que os equipamentos possam ser regularizados. A partir da informação de que o material seria aprendido, iniciaram-se hostilidades que infelizmente culminaram com o óbito do Sr que estava sendo fiscalizado. Todas as circunstâncias e a dinâmica de como ocorreram os fatos serão apuradas no devido inquérito policial militar - IPM, que já foi instaurado. O Comando Ambiental reforça seu compromisso com a verdade e transparência dos fatos, sendo necessário neste momento que se aguarde a conclusão da investigação em curso. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/07/03/os-policiais-fuzilaram-o-pai-conta-filho-a-mulher-de-agricultor-morto-no-rs.ghtml


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